As diversas imagens mostram os alunos posando ao lado de cadáveres, segurando mãos, fetos e até bebês totalmente formados. Um dos estudantes que participaram da visita ao laboratório disse que se tratava de uma aula de campo. Ele afirmou que o professor de biologia levou os estudantes na tarde do último dia 23 onde passaram cerca de duas horas com os cadáveres.
“Os laboratórios são alugados, mas como ele [professor] é de lá ele conseguiu que a gente fosse pagando apenas o jaleco, as luvas e as máscaras”, conta o estudante. Ele disse ainda que, em um determinado momento, o professor os deixou sozinhos na sala e autorizou as fotos. “Ele disse que só não podia tirar foto dos rostos [dos corpos]”, afirmou o aluno. Estudantes do 3º, 2º e 1º anos participaram da visita.
O aluno disse ainda que o professor chegou a posar nas fotos com a turma. “Ele disse que seria bom [postar no Facebook] porque iriam fazer perguntas. Eu pus pra ter algo no face”, destaca. A reportagem fez contato, por telefone, com o professor de biologia, mas ele disse não ser funcionário da Uece e afirmou que somente se pronunciaria após esclarecer o fato com a universidade.
Legislação
Segundo advogado Ricardo Madero, se houve permissão para a entrada dos estudantes, o professor pode ser responsabilizado civilmente e criminalmente. "Existe o direito à privacidade, o direito de imagem e o respeito aos mortos e essas imagens não poderiam ter sido divulgadas". Para o advogado, o primeiro passo para apontar os responsáveis é a instauração de procedimentos administrativo e criminal. "Se houve invasão, houve falha na vigilância e a Uece deve ser responsabilizada por não ter tomado os cuidados necessários".
Ricardo Madero disse, ainda, que apenas um inquérito policial pode esclarecer o que realmente aconteceu e apontar os responsáveis. As imagens foram retiradas do Facebook na tarde de quarta-feira (7).
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