Após prestar depoimento, o jogador Marcelinho Paraíba foi autuado por estupro e segue para a carceragem da Central de Polícia de Campina Grande, na Paraíba. Ainda no final da tarde de hoje, o atleta deverá ser encaminhado ao Presídio de segurança padrão, dentro do Complexo Penitenciário do Serrotão, no centro da cidade. Pelo crime, Paraíba pode ser condenado a cumprir uma pena que varia de 4 a 10 anos de reclusão. "Sou inocente e só falo em juízo", resumiu. Junto a Paraíba, outros três amigos dele também foram encaminhados à carceragem da cidade, autuados por desacato à autoridade. O delegado, irmão da vítima, de 31 anos, que acusou o jogador de tentar beijá-la a força.
O caso ocorreu, nesta madrugada, por volta das 4h30, em festa promovida na granja do jogador, no bairro Glória 2, em Campina Grande, na Paraíba. Um representante legal do clube já se dirige à cidade para prestar assistência ao profissional. O atleta teria agredido verbal e fisicamente uma mulher, de 31 anos, que teria recusado beijá-lo e denunciou a ação ao irmão dela, o delegado Rodrigo do Rego Pinheiro, titular da delegacia do distrito de São José da Mata, que participava da festa e também passará por investigações. Ele teve a arma apreendida e será submetido a um exame residuográfico para que seja determinado se houve abuso de autoridade, a ponto dele atirar ao alto, para intimidar os presentes na festa do jogador.
A Polícia Militar foi chamada ao local e, impedida, por amigos de Marcelinho, de entrar na festa, chamou reforços e um total de 8 viaturas foram envolvidas na ação marcada por quebra-quebra e tiros para o alto. Ainda não é sabido, no entanto, se o disparo partiu da PM ou da arma do próprio delegado Rodrigo Pinheiro. O caso está sendo investigado pelo delegado Fernando Antonio Zoccola. "Não vi ilegalidade de nenhum tipo na ação e o depoimento das testemunhas não deram margem para contradições", afirmou.
De acordo com o advogado de Marcelinho Paraíba, Afonso Vilar, alegou que o jogador assumiu ainda estar sob efeito de álcool e ter tentado beijar a mulher, mas que nega ter havido qualquer tipo de agressão. A versão é duramente contestada pelo irmão da vítima, o delegado Rodrigo Pinheiro, que, no momento da suposta agressão, havia saído para reabastecer a festa de bebidas alcoolicas. De acordo com os profissionais da imprensa que acompanham o caso, o homem também se encontra bastante embriagado e teria agredido os jornalistas dos Diarios Associados, Renato Diniz e Charles, da TV Borborema, com empurrões e agressões verbais, inclusive chegando a tirar parte dos equipamentos de trabalho dos repórteres e os ameaçado, alegando que eles seriam perseguidos enquanto estivessem na cidade. A agressão, no entanto, não foi registrada pelos profissionais e o delegado não deverá responder pelo crime.
Segundo testemunhas que estavam na festa, cerca de 50 pessoas estavam presentes no local. O evento seria recorrente na cidade, sempre que o jogador voltava à Campina Grande, e seria marcada por grande quantidade de bebidas e drogas ilícitas. Dois amigos de Marcelinho Paraíba que estavam no local e tentaram impedir a entrada da polícia na granja também acabaram detidos e prestam esclarecimentos. A identidade da dupla, no entanto, ainda não foi revelada.