sexta-feira, 8 de abril de 2011

OITO FOSSAS, 59 CORPOS

Cidade do México - Ao menos 59 corpos foram encontrados em oito fossas comuns no estado de Tamaulipas, no nordeste México, próximo ao local onde gangues de traficantes mataram 72 imigrantes - entre eles, quatro brasileiros - em agosto do ano passado. Ruben Dario, um porta-voz da Procuradoria de Tamaulipas, disse que o local, a 30km da fronteira com o Texas (EUA), está sendo escavado para determinar o exato número de mortos e suas identidades. 

O governo de Tamaulipas disse em um comunicado que os corpos estão sendo examinados para determinar se são de passageiros de um ônibus sequestrado na região no último dia 25 de março. Na ocasião, 11 suspeitos foram presos e cinco vítimas libertadas. O comunicado não identificou a qual gangue pertenceriam os detidos, ou se de fato eles foram os responsáveis pelo sequestro. ´Neste momento, realizamos uma investigação sobre os corpos localizados em duas fossas na zona de La Joya, no município de San Fernando, onde pode haver até 60 cadáveres`, indicou Dario. Os corpos foram encontrados na terça-feira por uma patrulha militar e as autoridades tentam estabelecer se pertencem aos mexicanos sequestrados ou a emigrantes ilegais que planejavam entrar nos EUA.

Segundo a Procuradoria de Tamaulipas, no total foram localizadas oito fossas com corpos, em uma operação deflagrada após a denúncia de vários sequestros de ônibus na região. ´As primeiras indicações apontam para vítimas mexicanas, mas não se descarta a presença de cadáveres de estrangeiros, destacou Dario.

Protestos
Aos gritos de ´estamos de saco cheio` da violência, e depois do assassinato de cinco jovens, entre eles o filho de um poeta, foram realizados protestos em mais de 20 cidades mexicanas, exigindo que o governo substitua sua estratégia de segurança. As mobilizações foram convocadas depois que em 28 de março, os corpos de cinco jovens, um ex-militar e uma mulher, todos com marcas de tortura, foram encontrados nos arredores de Cuernavaca (90 km ao sul da Cidade do México).

Uma das vítimas é Juan Francisco Sicilia, 24 anos, filho do jornalista Javier Sicilia, um dos que convocou as manifestações, que foram apoiadas pela Rede pela Paz e Justiça. ´Estamos de saco cheio dos políticos, que em suas lutas pelo poder destroçaram a nação`, escreveu Sicilia em uma carta pública na qual se refere à onda de violência ligada ao crime organizado, à qual se atribuem mais de 35 mil mortos em quatro anos. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário