quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

RETIRANTES DA SECA 2


Casas abandonadas se multiplicam no interior de Pernambuco. É o drama dos nordestinos expulsos pela seca que se repete. A decisão de deixar tudo para trás é muito difícil e só é registrada em casos extremos, típicos de secas históricas.

Jose Genildo e a mulher Poliana chegaram à São Paulo há dois meses. Ela já arrumou um emprego num mercadinho e ele vive de bicos. A vida em São Paulo é difícil, mas no agreste a estiagem não deixou opção. A lavoura de fumo ficou esturricada. Das quatro vacas, só restou uma. O agricultor Edgard Aristides já fugiu da seca duas vezes e viu três filhos seguirem o mesmo destino. “Só quem sabe é nós, quanto a dor é grande”.


“Há décadas que a gente não via uma situação dessas. As pessoas deixando suas propriedades para procurar emprego lá no sul do Brasil. A gente vê que a perspectiva de chuvas está pouca”, diz Adelvanda de Almeida, secretária de Agricultura de Paranatama/PE.

Em uma vila de pescadores, em Águas Belas, ficaram as mulheres e as crianças. “É muito triste para todos. Os bichinhos tudo morrendo de sede. Muito peixe morreu aqui. Para o lado de baixo da ponte ficou branco. Nem urubu queria mais”, conta Gerusa Maria da Silva, pescadora.


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