terça-feira, 12 de março de 2013

PIB DE PERNAMBUCO CRESCE MAIS QUE O DOBRO DO BRASIL


O desempenho pernambucano referente aos números do Produto Interno Bruto (PIB) no acumulado de 2012 foi mais uma vez maior que o do Brasil, como vem acontecendo nos últimos anos. Os dados foram apresentados na Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco (Condepe/Fidem) , no Recife, nesta segunda-feira (11). O PIB estadual cresceu 2,2%, incremento maior que os 0.9% brasileiros, conforme divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sexta-feira (1º). Em 2011, o PIB de Pernambuco havia crescido 4,5%, enquanto o do Brasil teve aumento de 2,7%.

Apesar do desempenho positivo, o índice estadual é menor que os 3,5% previstos durante a divulgação do 3º trimestre pela agência, que revisou os 5% anunciados no começo de 2012.  "Esses resultados devem ser lidos dentro de um contexto de crise, que vem se aprofundando principalmente na Europa. A economia europeia é um elemento importante na economia mundial e afeta a economia brasileira. Ainda assim, crescemos mais que o dobro do Brasil e, certamente, nossa desempenho não foi melhor por causa da seca que atingiu a agropecuária", afirma o diretor de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas do Condepe/Fidem, Rodolfo Guimarães.

A agropecuária teve uma queda de 15% no acumulando do ano, puxada principalmente pela pecuária e pelas lavouras temporárias, mais ligadas à agricultura familiar. "Houve uma perda quase total das culturas do milho e do feijão e um impacto negativo na cana-de-açúcar, que atinge a indústria de transformação. Tivemos também uma queda muito grande dos rebanhos bovinos, com recuo de 30,2%. Isso está muito ligado à seca", explica Guimarães. Em 2012, a pecuária pernambucana teve uma queda de 28,4%.

Apesar das dificuldades no setor agropecuário, as lavouras permantentes tiveram um pequeno crescimento, de 0,4%. "Tivemos queda em várias culturas, mas até um aumento razoável da uva e da manga, por conta de estarem em uma zona de irrigação. O peso dessas duas culturas representam 68% das lavouras permanentes, por isso esse desempelho", detalha Guimarães.

Os bons números de 2012, em que Pernambuco teve um PIB de R$ 115,6 bilhões, foram puxados pelos setores de serviços e indústria, em especial o primeiro. "Temos que lembrar que o perfil do estado ainda não mudou, sendo que 73% do PIB é do setor de serviços", lembra o presidente da Agência Condepe/Fidem, Maurílio Lima.

O setor de serviços avançou 2%, se comparado ao ano anterior. O destaque ficara para os serviços de transporte, armazenagem e correio, com 9,3% de crescimento no acumulado do ano. "O serviço de transportes teve um bom crescimento. O maior peso é o rodoviário, a vocação logística de Pernambuco. Cargas rodoviárias têm o maior peso nesse crescimento, você transporta as mercadorias, não mais apenas cana-de-açúcar", aponta Guimarães. Um dos reflexos está no crescimento no número de galpões no Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife, por exemplo.




A expansão das atividades imobiliárias, aluguel e intermediação financeira, que apresentam a segunda maior taxa de crescimento dentro dos serviços, com avanço de 4,6%, pode ser explicada como um reflexo das indústrias que estão se instalando no estado, aponta o diretor. "É preciso observar o resultado como um todo. Tivemos menos investimentos, mas havia outros já previstos, que não tinham como ser retirados", ressalta.

Já a indústria cresceu ao longo do ano 3,7%, com uma expressão quase nula no quatro trimestre. "Apesar de uma desaceleração ao longo do ano, seguindo a tendência do Brasil, a indústria teve um crescimento. A indústria do açúcar puxou para baixo o crescimento da indústria de transformação e, por tabela, o crescimento da indústria", explica Guimarães. O desempenho da construção civil mais uma vez puxou o setor, com um avanço de 3% ao comparado com 2011.

A indústria de transformação apresentou uma queda de 0,1% e a de serviços de utilidade pública, como água, gás e água (SIUP), teve um recuo de 4,9%. Nesse último item, a queda se deu, aponta a Agência, pelo recuo da produção de energia em Petrolândia, de 9%. "Foi o ano em que todas as expectativas foram contrariadas, tanto no nível internacional quanto nacional. O cenário internacional se mostrou bem mais difícil do que estava se esperando", admite o diretor, que prefere não arriscar ainda palpites para 2013. "Fala-se em 3% de crescimento para o Brasil, podemos começar daí", ponderou Guimarães.

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