sábado, 10 de setembro de 2011

16 ANOS DEPOIS, SELEÇÃO DE BASQUETE ESTÁ DE VOLTA AOS JOGOS OLÍMPICOS


O basquete masculino brasileiro está de volta à Olimpíada. Exatos 5521 dias desde a última partida do time no mais importante evento esportivo do mundo, a seleção verde-amarela venceu a República Dominicana na noite deste sábado (10) por 83 a 76, em Mar del Plata, e carimbou seu passaporte para os Jogos de Londres, no ano que vem.
Depois de uma série de tentativas frustradas, o Brasil finalmente conseguiu encaixar um time competitivo o suficiente para voltar à elite da modalidade. Para isso, recorreu a uma das maiores armas de um tradicional rival: Rubén Magnano, técnico que levou a Argentina ao vice-campeonato mundial, em 2002, e ao ouro olímpico em Atenas-2004.
O ala Marcelinho Machado, que nos fracassos anteriores havia sido apontado como um dos grandes vilões, terminou como o grande herói da partida. Ele começou o jogo no banco de reservas, foi o cestinha do jogo, com 20 pontos, e ainda teve a honra de fazer a última cesta da equipe. Sem conseguir segurar a emoção, cobrou o lance livre às lágrimas.
O armador Marcelinho Huertas, uma das estrelas do time, começou mal a partida, mas melhorou no segundo tempo e terminou a partida com 19 pontos. O novato Rafael Hettsheimer marcou 14 pontos e pegou oito rebotes, enquanto Tiago Splitter e Guilherme Giovannoni decepcionaram: marcaram apenas três pontos cada um.
Os dominicanos tiveram o experiente Martinez e o astro Horford como cestinhas, com 18 pontos, e Martinez, um monstro no garrafão, ainda apanhou 15 rebotes, sendo cinco ofensivos.


O jogo foi tenso e equilibrado o tempo todo - a maior vantagem brasileira, de 10 pontos, foi obtida apenas no último quarto. A República Dominicana forçou o jogo no garrafão e conseguiu carregar os brasileiros mais altos de faltas - tanto que Hettsheimer e Guilherme foi eliminados com cinco infrações, enquanto Splitter e Marquinhos cometeram quatro. Mas, com boa escolha dos arremessos e um ótimo aproveitamento de Marcelinho Machado, o Brasil conseguiu liderar o placar durante a maior parte do tempo e vencer sem grandes sobressaltos nos segundos finais.
O mentor
Reconhecido pela sua capacidade, Magnano deu um padrão tático ao time, ensinou os brasileiros a jogarem na defesa e fez os atletas pararem com o abuso de tiros a longa distância. Mesmo sem três atletas da NBA, conseguiu algo até pouco tempo impensável: além da vaga olímpica, bateu a geração argentina campeã olímpica em plena casa dos rivais.
O declínio do basquete brasileiro, duas vezes campeão mundial, começou com a decisão de Oscar Schmidt não defender mais a seleção. Hoje blogueiro do R7, o "Mão Santa" era o grande referencial do time. Sem ele, o Brasil sequer passou da segunda fase do Pré-Olímpico das Américas de 1999.

Em 2003, nova decepção: eram três as vagas destinadas ao continente americano, mas o Brasil ficou novamente longe da classificação, em sétimo lugar. Para os Jogos de Pequim, as chances eram duas: no Pré-Olímpico das Américas e no Pré-Olímpico Mundial. Ambas foram despediçadas.

Para quebrar o incomôdo jejum e evitar o vexame de só voltar à Olimpíada porque os Jogos de 2016 serão no Rio de Janeiro, o Brasil contou com a liderança do armador Marcelinho Huertas, o referencial do pivô Tiago Splitter, as boas atuações do ala Marquinhos e a experiência de Alex e Guilherme Giovanonni, além da força de jovens como Rafael Hettsheimeir e Vitor Benite.

Deu certo e o basquete voltou a dar alegrias ao país com uma campanha que até agora conta com apenas uma derrota, justamente para a República Dominicana. Agora, a seleção se prepara para a final do Pré-Olímpico, programada para este domingo (11).

Com a vaga olímpica assegurada, o técnico do Brasil terá um difícil dilema pela frente: voltar ou não a convocar Nenê Hilário e Leandrinho Barbosa? Ambos recusaram o chamado do treinador para o Pré-Olímpico sob a alegação de problemas pessoais. Como não foi a primeira vez que fizeram isso, os jogadores estão com a imagem queimada perante boa parte da torcida.

Por outro lado, Magnano deve contar com o reforço de Anderson Varejão. O ala/pivô que chama a atenção pela sua cabeleira só não esteve na Argentina devido a uma grave contusão, mas é nome praticamente certo na lista que vai para Londres.
A Rede Record transmitirá os Jogos Olímpicos de Londres-2012 com exclusividade na TV aberta brasileira, e também pela internet. A emissora também detém os direitos de transmissão dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara-2011 e Toronto-2015, e da Olimpíada do Rio de Janeiro-2016.

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