O Bairro do Recife vive hoje como uma zona livre para a atuação do tráfico de drogas. A equipe de reportagem da Globo Nordeste revelou que na rua da Moeda, um dos pontos turísticos do bairro, crianças, adolescentes e adultos convivem livremente com o consumo irrestrito e com a violência. Nem mesmo as câmeras instaladas pela Secretaria de Defesa Social inibem a atuação dos criminosos e consumidores.
A denúncia do Jornal Nacional, nesta sexta-feira (02), mostrou o lado triste desse recanto da cidade. No bairro histórico e turístico do Recife flagrantes feitos durante um mês mostravam o consumo e o tráfico de drogas acontecendo sem medo.
O cigarro de maconha passando de mão em mão, o loló, um entorpecente alucinógeno, sendo comercializado no meio da rua. A reportagem mostrou também traficantes que conferiam o lucro e entregavam o dinheiro a uma mulher.
E os traficantes são também os que assaltam os consumidores. Uma das cenas registra um casal que ia comprar droga e acabou sendo vítima de um grupo deles. Outro rapaz reagiu ao assalto e o bando se juntou para um ataque onde cadeiras e garrafas foram arremessadas.
Após a exibição da matéria no Jornal Nacional, a Globo Nordeste voltou ainda na noite da sexta-feira aos mesmos locais e percebeu que houve um reforço no policiamento da área. A polícia estava presente de forma ostensiva, além de fazer rondas com carros e motos.
O policiamento incluiu também abordagens diretas para que fossem feitas revistas e não demorou para que os policiais prendessem dois homens, que foram levados. Com eles foram encontrados dois frascos de adoçantes cheios de loló.
Numa das calçadas, a mesma mulher, que apareceu no Jornal Nacional recebendo dinheiro do tráfico, estava sentada num banquinho, com celular na mão e bem tranquila, como se nada estivesse acontecendo.
A Polícia Civil informou que serão instaladas mais câmeras na área. “As câmeras não são suficientes. Há mais de um mês pedimos sugestões para as delegacias, justamente para a gente identificar quais eram os pontos críticos. Inclusive a rua da Moeda foi contemplada. Nós temos duas câmeras e vamos precisar de mais duas”, afirma a delegada Silvana Léllis.
“A gente também está tentando pegar o policiamento ostensivo e, junto com a inteligência, as câmeras, para tentar formar esse laço e inibir o tráfico na localidade”, disse o coronel Paulo Cabral, comandante de Policiamento da Capital.
O consumo de drogas no local é tão grave que um dos bares tem um grande cartaz na parede com um pedido inusitado: "Não usar drogas aqui."
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