O motorista Cleiton Revertio dos Santos, de 28 anos, que estava em um caminhão que ficou pendurado no rochedo no deslizamento que aconteceu por volta das 6h desta terça-feira (12) na pedreira Santa Teresa, próximo à Rodovia Rio-Santos, em Santos, no litoral paulista, afirmou que entrou em desespero ao ver que o chão havia sumido. O barulho do deslocamento dos cerca de 50 mil toneladas de rochas foi “ensurdecedor”, segundo ele.
Duas pessoas foram soterradas e outras duas conseguiram escapar. Um caminhão e um trator que faziam os trabalhos de escavação ficaram pendurados. O buraco aberto para realizar o trabalho da empresa tem aproximadamente 50 metros.
“Nós estávamos parados, carregando o caminhão. De repente, eu vi o chão sumir na minha frente, desabar tudo. Entrei em desespero, porque não tinha para onde ir. Fez um estrondo gigantesco, ensurdecedor”, contou à reportagem do G1. Junto com um colega que trabalhava com ele, o motorista escalou um morro para escapar. “Nós escalamos o morro no sentido das árvores para escapar e chegamos às trilhas que levam ao meio da pedreira”, disse.
Logo após o desabamento, Cleiton disse não ter visto os colegas que foram soterrados. “As rochas eram muito gigantes não dava para ver nada”, disse.
O motorista, que trabalhava havia um ano na pedreira, disse não ter precisado de ajuda médica logo após o acidente, mas na tarde desta terça-feira afirmava não estar se sentindo bem. “Eu vou procurar um médico. De vez em quando dá uma palpitação, uma vontade de chorar”, disse. O motorista disse estar disposto a deixar a pedreira. “Vou procurar um outro serviço que não tenha tanto risco”, declarou.
Ao ver as imagens na TV, o motorista disse não ter muitas esperanças de que os colegas escapem com vida. Ao ver as imagens do acidente, ele disse ficar sem palavras. “Fico pensando nos colegas que se foram.”
50 mil toneladas
De acordo com o coordenador técnico da Defesa Civil de Santos, Ernesto Tabuchi, as proporções do acidente são incomuns. De acordo com as primeiras estimativas da Defesa Civil de Santos, 30 mil metros cúbicos de material rochoso se desprenderam, o que equivale a cerca de 50 mil toneladas.
De acordo com o coordenador técnico da Defesa Civil de Santos, Ernesto Tabuchi, as proporções do acidente são incomuns. De acordo com as primeiras estimativas da Defesa Civil de Santos, 30 mil metros cúbicos de material rochoso se desprenderam, o que equivale a cerca de 50 mil toneladas.
Segundo Tabuchi, uma das hipóteses iniciais levantadas é a de que as chuvas que caíram no mês de fevereiro na região possam ter contribuído para o acidente.
Tabuchi não quis confirmar o número de desaparecidos, mas disse que não há condições para efetuar um resgate no momento. “Há o risco de novos desplacamentos de blocos rochosos de grandes proporções”, afirmou. Segundo ele, especialistas foram chamados e estavam a caminho do local para fazer um plano de resgate. “Foi um acidente fora do comum, mesmo em pedreiras.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário