O balanço do número de homicídios no mês de abril consolidou uma tendência de aumento na violência em Pernambuco. Com 343 crimes violentos letais intencionais (CVLIs) anotados no mês passado, o Estado teve o maior índice de assassinatos desde dezembro de 2009.
Comparando os primeiros quatro meses de 2011 com o mesmo período de 2010, houve um crescimento de 2% nos homicídios.
A pior parte dessa notícia é que o monitoramento diário dos índices feito pelo governo já demonstrava essa tendência desde fevereiro, mas nenhuma providência adotada conseguiu melhorar o quadro.
Há duas semanas, delegados e oficiais passaram um dia inteiro reunidos na Secretaria de Defesa Social (SDS), no Centro do Recife, para tentar traçar novas estratégias de enfrentamento do crime. Os policiais voltaram para as suas circunscrições com a recomendação de fazer mais do mesmo.
Dessa maneira, abril terminou com um crescimento de 8,8% dos assassinatos, comparando com o mesmo mês de 2010.
Antes das altas nos índices ocorridas em março e abril, Pernambuco teve 27 meses seguidos de redução. Isso fez com que o Estado atingisse a meta de 12% de queda na taxa de homicídios em 2009 e 2010. A principal arma das autoridades para conseguir esse resultado foi uma melhor gestão de polícia, baseada na divisão do território em áreas integradas de segurança, e a cobrança semanal de resultados.
Para o coronel reformado da Polícia Militar de São Paulo e consultor de segurança José Vicente da Silva Filho, o sistema de gestão e monitoramento é uma ferramenta em permanente desenvolvimento.
“São Paulo usa essa ferramenta, que aqui chamamos de Infocrim, de maneira efetiva há cinco anos. Num comparativo com a área de medicina, podemos dizer que o Infocrim é como o raio-X para o ortopedista. Ele dá a visão real de onde está o problema para que o profissional adote as medidas adequadas. Sem ele, perdia-se tempo tentando descobrir onde estava a enfermidade. A questão é que além disso, outras ações vêm sendo agregadas ao programa o que faz com que São Paulo tenha uma redução contínua há mais de dez anos”, observou José Vicente da Silva Filho.
A busca pela saída diante do quadro atual ainda tem um período conturbado de negociação salarial pela frente. Segunda-feira (2), o JC adiantou que o governo do Estado deve oferecer reajuste linear para os servidores na casa dos 7%.
A principal resistência ao índice está na Polícia Militar. Representantes das várias associações da categoria informaram que não aceitam qualquer proposta que não englobe uma equiparação com a Polícia Civil. Uma assembleia dos PMs está marcada para a próxima sexta-feira.
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